Liberando o potencial dos pré-jovens

O período de 12 a 15 anos representa uma transição entre a infância e a juventude e é marcado por rápidas mudanças físicas, emocionais e intelectuais. Nesse período, os poderes espirituais também se expandem. Essa faixa etária é marcada por “um agudo senso de justiça, anseio por aprender acerca do universo e um desejo de contribuir para a construção de um mundo melhor” (14). Durante esse curto e decisivo período de três anos, formam-se as ideias acerca do indivíduo e da sociedade, as quais bem podem moldar o resto de suas vidas.

No entanto, o encantamento com esses novos poderes é muitas vezes combinado com sentimentos de angústia, desconforto e dúvida que podem produzir contradições no comportamento. Por essa razão, popularmente essa idade é considerada cheia de confusão e crise. Mas muitas dessas contradições são fruto de forças sociais negativas – que têm grande influência sobre como os jovens veem a si mesmos e a sociedade – e do comportamento dos adultos em relação a eles, que podem insistir em tratá-los como crianças ou apresentar contradições entre suas palavras e ações.

A comunidade bahá’í acredita que é necessário que os pré-jovens recebam educação e estímulo que permitam que as suas novas habilidades e poderes sejam direcionadas ao serviço abnegado à humanidade. Com apoio, os pré-jovens podem enfrentar as forças sociais negativas que os rodeiam e desenvolver os poderes da alma e da mente que não só lhes permitem transcender tais desafios, mas podem também fazer deles colaboradores na construção de uma nova sociedade.

Em diversas localidades do país, a comunidade bahá’í oferece um programa de empoderamento espiritual para pré-jovens. Num grupo de amigos alegre e caracterizado pelo apoio mútuo, os pré-jovens estudam textos que apresentam histórias de personagens da sua faixa etária vivendo em diferentes realidades e partes do mundo. Por meio do estudo, os pré-jovens aguçam sua percepção espiritual, aprendem a identificar as forças que moldam a sociedade e a melhorar seus poderes de expressão. Temas como a importância do esforço, de atuar com justiça e promover a esperança são parte das conversas dos grupos.

À medida que os pré-jovens se tornam mais conscientes das possibilidades que têm de contribuir de modo concreto para o bem-estar da sociedade, os grupos também empreendem atos de serviço. Essas ações variam desde atividades nas casas das suas próprias famílias até iniciativas mais complexas para abordar problemas comunitários. A preservação do meio-ambiente, a infraestrutura que atende as comunidades, a conscientização contra a violência e a educação das crianças são desafios frequentemente abordados pelos grupos.

Os grupos de pré-jovens são conduzidos por uma pessoa com mais experiência, que atua como animador ou animadora. Com frequência, são os jovens mais velhos que desempenham esse papel. O programa é aberto à participação de qualquer pré-jovem das comunidades em que esteja sendo oferecido e toda pessoa que desejar apoiar o programa é bem-vinda a se tornar uma apoiadora e a se capacitar para atuar como animadora.

14. Mensagem do Ridván de 2010, escrita pela Casa Universal de Justiça aos bahá’ís do mundo.