Prosperidade material e espiritual

Os bahá’ís acreditam que o surgimento de uma civilização global próspera tanto material como espiritualmente é o próximo estágio que a humanidade é chamada a alcançar em seu processo milenar de evolução social. ‘Abdu’l-Bahá afirma que embora “a civilização material seja um dos meios do progresso do mundo humano”, enquanto não estiver “unida à civilização divina, não trará o resultado desejado, que é a felicidade da humanidade”.

"A civilização material é como uma lâmpada, enquanto a civilização espiritual é a luz dessa lâmpada. Se a civilização material e a espiritual se tornarem unidas, então teremos a lâmpada e a luz juntas, e o resultado será perfeito." - ‘Abdu’l-Bahá

Assim, é preciso alcançar uma coerência dinâmica entre as necessidades práticas e espirituais da vida. Buscar tal coerência não significa que as metas materiais do desenvolvimento devam ser banalizadas. É preciso rejeitar, no entanto, as abordagens que definem o progresso simplesmente como o aumento da capacidade de consumo ou a adoção de determinados pacotes tecnológicos. A atividade econômica possui um papel indispensável na criação de riqueza e na sua distribuição equitativa. No entanto, ela só poderá alcançar seu propósito mais elevado se deixar de ser considerada um fim em si mesma e passar a servir como meio para alcançar propósitos mais elevados.

Para progredir de maneira coerente, é preciso dar centralidade ao conhecimento tanto científico como espiritual. Com frequência, no entanto, razão e fé são apresentadas como incompatíveis – refletindo um entendimento simplista e distorcido a respeito de ciência e religião. Para os bahá’ís, ciência e religião são dois sistemas de conhecimento e prática que juntos podem tocar as raízes da motivação humana e libertar pessoas e comunidades da passividade, da superstição e do consumismo.

Conferir centralidade ao conhecimento implica criar uma dinâmica de aprendizagem que traga à tona a participação de toda a população. O desenvolvimento do país deve ter como foco principal a construção das capacidades das pessoas, das comunidades e das instituições da sociedade.