Unidade na diversidade
A convicção de que nós pertencemos a uma única família humana está no coração da Fé Bahá’í. O princípio da Unicidade do Gênero Humano é “o eixo em torno do qual giram todos os ensinamentos de Bahá’ú’lláh”. (1)
Bahá’u’lláh compara o mundo da humanidade ao corpo humano. No interior deste organismo, milhões de células, diversas em forma e função, desempenham seu papel em manter o sistema saudável. O princípio que norteia o funcionamento do corpo é a cooperação. Suas diversas partes não disputam por recursos; em vez disso, cada célula, desde sua concepção, é ligada a um processo contínuo de doar e receber.
De acordo com essa visão, não apenas os talentos e habilidades da humanidade são compartilhados por todas as pessoas, mas, em última análise, seus problemas e aflições afetam a todos igualmente. Tanto na doença quanto na saúde, a família humana constitui uma única espécie, e o estado de qualquer uma de suas partes não pode ser pensado inteligentemente sem levar em conta sua unidade sistêmica.
Para os bahá’ís, a unidade na diversidade, e não o conflito, é o princípio organizador da vida. Unidade e diversidade são realidades inseparáveis. Unidade implica diversidade, e diversidade sem unidade é impotente e caótica. Mais do que mera tolerância das diferenças ou enaltecimento de aspectos culturais, a diversidade da família humana deve ser causa de permanente amor e harmonia, “como na música, em que muitas notas diferentes se harmonizam na composição de um acorde perfeito”. (2)
A construção de uma sociedade unida exige uma mudança profunda tanto no âmbito da consciência, como das estruturas sociais. Ao buscar superar padrões divisivos e opressivos, os bahá’ís defendem o compromisso com a justiça social, que é “o único e o mais importante instrumento para o estabelecimento da unidade”. (3)
A unidade se estabelece de maneira progressiva, à medida que mais e mais pessoas, instituições e comunidades participam da sua construção. Em suas vidas pessoais e nas atividades que empreendem, os bahá’ís se esforçam para serem construtores de unidade, adotando uma atitude acolhedora em relação à diversidade, harmonizando diferenças e apoiando os esforços que compartilham dessa mesma aspiração.
1. Shoghi Effendi, A Ordem Mundial de Bahá’ú’lláh.
2. ‘Abdu’l-Bahá, Palestras de Abdu’l-Bahá em Paris – 1911.
3. A Casa Universal de Justiça, aos bahá’ís do Irã, 2 de março de 2013.