O Projeto “Edificando uma perspectiva para uma sociedade mais justa” iniciou seu segundo ciclo de conversações nas cidades de Brasília e Salvador. Buscando construir uma compreensão coletiva sobre os fundamentos da promoção da justiça no país, à luz de suas experiências e atuação, os participantes se reuniram no mês de junho para tratar do tema da Participação Social. Em Brasília, o encontro aconteceu no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e em Salvador, na sede do Projeto Axé.
Entre as muitas reflexões produzidas, destacam-se aquelas ligadas aos possíveis caminhos para a mudança social: “Reconhecer o caráter estrutural dos problemas permite uma maior clareza de pensamento. Tal reconhecimento facilita a reflexão sobre como chegar ao cerne dos desafios que enfrentamos e, inclusive, atuar ativamente na construção de uma sociedade mais justa. É preciso analisar as estruturas e as mudanças que devem ser promovidas em todos os níveis”.
Nas explorações, abordou-se também o esforço já em andamento por algumas organizações e grupos em nutrir ambientes que contribuam para uma maior participação: “Entre esses ambientes está a família, que é a menor unidade numa sociedade, em que uma pessoa desenvolve os seus hábitos e padrões de pensamento iniciais (…). Se o ambiente familiar aumenta a consciência sobre o papel que cada membro desempenha no seu funcionamento eficaz, é lançada uma base mais sólida para a participação de um indivíduo na sociedade. Olhando para além da unidade familiar, é nos bairros e territórios que populações inteiras podem aprender em conjunto sobre a criação de ambientes que promovam uma maior participação de todas as pessoas”.
Conceitos fundamentais, como o da centralidade do conhecimento, foram igualmente destacados, tendo em vista que “a perpetuação da ignorância é a mais lamentável forma de opressão”. Ela reforça os muitos muros de preconceitos que permanecem como barreiras para a compreensão da unicidade do gênero humano e para o reconhecimento de sua dignidade inerente, fundamentais para a criação de ambientes inclusivos e participativos. (…) A justiça requer participação universal e, neste contexto, o papel do indivíduo, da comunidade e das instituições precisa ser melhor examinado”.
Os diálogos permitiram que os participantes refletissem sobre suas atuações e trocassem ideias a respeito. Um dos presentes mencionou que o espaço o ajudou a pensar sobre suas próprias responsabilidades como assessor parlamentar e sobre como, através de seu trabalho, pode gradualmente dar concretude à visão de participação alcançada, contribuindo para o estabelecimento de instrumentos e canais de diálogo efetivos entre o mandato e a sociedade em geral.
São Paulo será a próxima cidade a iniciar este segundo ciclo do projeto, em 29 de julho. Rio de Janeiro e Manaus terão seus encontros no início de agosto, nos dias 07 e 08 respectivamente. Já a continuidade das conversas em Brasília ocorrerá em 09 de agosto, na sede do MDHC, e em Salvador, no dia 13, no Tribunal de Justiça da Bahia.
Nessas oportunidades, os envolvidos poderão se conectar às experiências dedicadas à promoção da participação social em diferentes cenários e refletir sobre os elementos necessários à criação de uma sociedade cada vez mais inclusiva, capaz de substituir o atual padrão produtor de exclusões, já enraizado nas estruturas sociais, por dinâmicas que reconheçam o papel de cada protagonista social na construção de uma realidade mais justa para todas as populações.